Sputnik Brasil
A Polícia Federal (PF) identificou uma nova tentativa de venda de joia ofertada pelo governo saudita como presente ao Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro. A nova peça foi identificada em diligências feitas em parceria entre a PF e o Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
A joia estava na mesma loja que vendeu as demais identificadas pela União, de acordo com as investigações.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, declarou nesta terça-feira (11), em entrevista à imprensa, que o fato pode agravar a situação dos investigados, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, que nega o envolvimento nos crimes.
"A nossa expectativa é que no mês de junho a gente finalize as duas investigações sobre as joias e vacinas, e no mês de julho a gente finalize a investigação sobre o golpe", declarou o diretor-geral da PF, referindo-se aos atos cometidos no 8 de Janeiro de 2023 contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desencadeou a destruição de bens públicos e das sedes dos três Poderes, em Brasília.
Bolsonaro é investigado por desvio de joias ofertadas pelo governo saudita ao governo brasileiro, com o objetivo de enriquecimento ilícito.
De acordo com as investigações, Bolsonaro recebeu as joias em 2022, transportadas no avião presidencial, e usou o general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para vender dois relógios: um Patek Philippe e um Rolex.
Na época, o general trabalhava no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em Miami, e teria recebido na conta bancária US$ 68 mil (cerca de R$ 340 milhões) pela venda.
Outros itens folheados a ouro também foram presenteados pela Arábia Saudita ao Brasil e não foram declarados pelo governo de Bolsonaro, de acordo com o inquérito.
Em agosto de 2023, Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e Fabio Wajngarten, ex-secretário especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência, foram convocados a depor no caso. Eles ficaram em silêncio durante o interrogatório.
O ex-presidente está inelegível até 2030, após ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação na campanha presidencial de 2022.
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